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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Passo a passo do SS (02) - Análise da Chaparia

Arte quase esquecida!

Ainda na "mina" - garagem no bairro da Vitória - já se pensava nas técnicas preferenciais para a lapidação de uma jóia de inestimável valor.


Logo nas primeiras análises, uma unânime constatação: considerando a vizinhança com o mar, o SS teve um relativamente baixo nível de oxidação, mesmo após mais de uma década de imobilidade. A posição do prédio - lado oposto ao paredão da Baía de Todos os Santos - e a configuração protegida da garagem, subterrânea como convém a uma "mina", colaboraram muito para esse resultado.


Após a primeira lavagem e polimento, objetivando a estreia no Encontro Anual do Campo Grande, os detalhes - e consequentes idéias - foram aparecendo. Chegou-se a pensar na recuperação dos pontos de ferrugem e pintura parcial, para preservar ao máximo as áreas bem originais, além das faixas em preto fosco.


Porém, todos os profissionais consultados apontaram para a impossibilidade da estratégia dar bom resultado, principalmente por causa das extensas áreas de corrosão superficial - tipo "pé de galinha" - que se espalharam pela superfície superior da carroceria, maior alvo da grossa camada de poeira. Tinha também um grande furo no para-lama inferior direito, localizado exatamente embaixo da marca SS da lateral, e outros menores na moldura dos vidros dianteiro e traseiro.

Precisava-se de um artesão!

Após a fase 01 - revisão mecânica - começamos a procurar o chapista que poderia participar do desafio, consciente da alta responsabilidade e exigências do projeto.

Mais uma vez a assessoria do COB mostrou-se fundamental, com a indicação do Sr. Ciro Neves Santana, um dos "Últimos Moicanos" do artesanato automotivo. 


Na contramão da atual tendência de apenas trocar peças e condenar exemplares complicados, Sr. Ciro é profundo conhecedor de veículos antigos e domina a arte de construir componentes, com minúcias - incluindo desenhos e relevos - a partir de chapas galvanizadas.

Com décadas de experiência e apaixonado por Opalas - herança do primeiro carro do conhecido Mé, seu irmão e mestre - ele é capaz de reproduzir estruturas até de memória, quando a ferrugem generalizada elimina qualquer vestígio e escala de trechos inteiros, como esse retratado abaixo (lado esquerdo).


Observem a artesanal reconstrução da mesma estrutura, só que do lado direito, incluindo os altos e baixos relevos. Realmente impressionante, principalmente quando imaginamos a quantidade de antiguidades perdidas por inexistência de componentes industrializados. 


Na primeira visita à sua recém-lançada oficina - O Restaurador - alguns Opalas e demonstrações desse tipo serviram de cartão de apresentação, espécie de viagem ao tempo dos famosos "carrossier"!

Infelizmente uma arte em extinção!

O Opala SS está em excelentes mãos, concordam? 


Breve os detalhes e intervenções, além de outros surpresas e "lendas" localizadas na oficina do Alto da Boa Vista - Tancredo Neves.


Já parcialmente desmontado, inicia também a recuperação das lâminas dos para-choques. Mas isso é outra história!



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